Liderança Feminina: por que mulheres são minoria em cargos de liderança?
Provavelmente você conhece um número muito pequeno de mulheres na liderança. Tente lembrar quantas mulheres em posição liderança você conhece? Seja na empresa na qual você trabalha, nas maiores organizações do país ou até mesmo no setor público…
Ainda há diversas barreiras que o público feminino precisa enfrentar para conseguir as mesmas oportunidades que os homens. Afinal, por que elas são minoria em praticamente todos os tipos de lideranças?
A atual situação ainda é difícil, e é resultado de anos de desigualdade de gênero. Por muito tempo, a mulher foi inferiorizada e destinada apenas às tarefas domésticas e aos cuidados com a família. Além disso, segundo a pesquisa, realizada pelo IBGE, “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, e divulgada em 2019, as mulheres na liderança representavam apenas 37,4% dos cargos gerenciais e recebiam 77,7% do salário dos homens.
No setor público a baixa representatividade feminina também se repete. O Brasil é o país da América do Sul com menor proporção de mulheres exercendo mandato parlamentar na Câmara dos Deputados.
Essas informações não têm como objetivo causar desânimo, mas apontar a verdadeira realidade da situação no nosso país. Afinal, é apenas com consciência sobre o contexto atual que conseguimos enxergar os reais problemas e traçar ações de melhorias em todos os âmbitos.
A essa altura da sua leitura você deve estar se perguntando, mas afinal qual os benefícios das mulheres na liderança? Contar com mulheres na liderança é muito positivo para o crescimento dos negócios. É claro que é preciso considerar que cada indivíduo tem determinadas características e uma personalidade, mas, no geral, é importante entender as principais vantagens de contar com mulheres nos cargos mais altos:
Focam na sustentabilidade do negócio
Quando abordamos sobre sustentabilidade, precisamos falar sobre ESG (Environmental, Social and Governance), que engloba a estruturação de uma cultura e administração mais justas dentro das empresas. Portanto, estamos falando sobre organizações comprometidas com uma atuação voltada para a sustentabilidade do negócio.
As mulheres têm consciência do que precisa ser feito em relação a estes pontos e vão contra estereótipos masculinos de lideranças que afirmam que é preciso masculinizar para crescer na carreira. Elas utilizam recursos relacionados à maternidade e ao cuidado, que oferecem uma visão de futuro voltada para gestões mais sustentáveis.
São melhores em momentos de crises
Um estudo da “Harvard Business Review” revelou que empresas com lideranças femininas são mais eficientess e têm uma taxa de comprometimento maior. Este cenário foi analisado durante a pandemia, uma crise sanitária recente que afetou bastante o dia a dia de trabalho e exigiu mais dos cargos de gestão.
O estudo apontou que o público feminino se destacou devido às soft skills , entre elas, colaboração, trabalho em equipe e motivação. Além disso, é fundamental não replicar imagens estereotipadas sobre as mulheres e entender que, no geral, elas têm mais afinidade com habilidades comunicativas e flexibilidade, o que faz grande diferença na esfera profissional.
Contribuem para uma nova forma de liderar
Por muito tempo, o líder era associado a uma imagem autoritária, sustentada apenas pela hierarquia e o pragmatismo. Com o passar dos anos, esse modelo sofreu alterações significativas e, atualmente, as empresas cultivam uma nova forma de liderar, baseada em outras características.
O tom autoritário e o estímulo à alta performance por meio de punição e medo são substituídos por proximidade, conexão, aprendizado contínuo, colaboração e inspiração. E as mulheres são detentoras de características que ajudam a reforçar tudo isso no dia a dia de trabalho.
Garantem maior pluralidade de ideias
A equidade de gênero nos cargos de lideranças também contribui para maior pluralidade de ideias e perspectivas dentro da empresa. Isso é fundamental para garantir representatividade e direitos iguais a todos os colaboradores, além de mostrar que todos podem chegar aonde quiserem se forem competentes o suficiente.
Busca contínua pelo crescimento
Visto que as mulheres são naturalmente diminuídas em vários aspectos, inclusive na vida profissional, com mais dificuldade para terem o reconhecimento merecido, elas tendem a aprimorar as suas habilidades e buscar a superação com mais constância. Esse tipo de comportamento gera profissionais ainda mais dedicados e competentes, o que é ótimo para todos os envolvidos no negócio.
É importante que todas as pessoas se sintam encorajadas para crescer na carreira e conquistar cargos de liderança. Quando há poucos exemplos, elas tendem a acreditar que não são boas o suficiente e não aspiram esse tipo de posição. É importante entrar em contato com histórias reais que são fonte de inspiração.
As mulheres ainda são vistas como o “sexo frágil” e “sensíveis demais”. Esse pensamento além de extremamente ultrapassado, não condiz com a realidade e gera vieses inconscientes, que são preconceitos pautados em julgamentos, experiências e pensamentos passados armazenados no cérebro. Homens e mulheres têm características diferentes, mas em hipótese alguma devemos generalizá-los, afinal, cada pessoa tem as suas singularidades. Além disso, atributos como a sensibilidade, que podem ser vistos como negativos por alguns, na verdade têm um enorme potencial no dia a dia de trabalho.
Elas costumam ter ótimas habilidades relacionadas à inteligência emocional, colaboração, motivação, trabalho em equipe e gestão de pessoas.
